O Vocabulário Controlado USP, é uma lista de assuntos utilizada para a indexação de recursos de informação no Banco de Dados Bibliográficos da USP DEDALUS. O Vocabulário abrange as áreas do conhecimento inerentes às atividades de ensino, pesquisa e extensão da Universidade de São Paulo, e é constituído de termos de entrada, entre os autorizados para indexação, os termos "não-autorizados", que operam como remissivas, e os elos "falsos", os quais apenas agrupam termos mais específicos.
Devido à diversificação e abrangência dos termos incluídos, referentes às várias áreas do conhecimento, o Vocabulário poderá ser utilizado para a representação do conteúdo de documentos de diferentes sistemas de informação, mas, sua utilidade deverá ser maior em bases de dados bibliográficos de instituições de ensino superior.
O Vocabulário pode ser consultado pela sua Macroestrutura, que contém as relações lógico-semânticas explícitas entre as áreas, subáreas e a terminologia propriamente dita. Está disponível também a Lista Alfabética de Assuntos e a Lista Sistemática (Hierárquica), ambas complementadas por: Tabela de Qualificadores (termos utilizados em combinação com a Lista) , Tabela de Locais Geográficos e Históricos, de Gênero e Forma, Profissões e Ocupações, que propiciam as condições de complementação dos assuntos.
O Vocabulário Controlado USP poderá ser utilizado pelas unidades de informação para indexar suas coleções por meio de consulta nessa interface (Website); no entanto, não estará disponível para exportação para sistemas externos à USP. Aproveitamos para informar que o SIBi/USP não estará mais editando, a partir de 2003, o vocabulário em suporte CD-ROM.
A informatização dos recursos bibliográficos da USP teve início em 1985, com a criação de um catálogo global do acervo de todas as bibliotecas da instituição, destinado a acesso on-line, mais tarde denominado Banco de Dados Bibliográficos da USP DEDALUS. Para a representação temática desse acervo, embora cada biblioteca já utilizasse terminologias consagradas de cada especialidade em seus catálogos tradicionais, foi necessário desenvolver uma linguagem de tratamento comum para o Banco, denominada Lista de Assuntos USP, que contava inicialmente com cerca de 8.000 entradas. Entre 1988 e 1989 foram incluídos novos termos à lista, totalizando 8.300 cabeçalhos autorizados.
Em dezembro de 1992, o Departamento Técnico do SIBi realizou um Workshop interno, com o objetivo de iniciar a modernização do Sistema de Bibliotecas da USP. Nesse evento, foram definidas as atividades prioritárias para o Sistema, figurando dentre elas o aprimoramento do Banco DEDALUS. Em março de 1993 foi constituída equipe específica para essa atividade, composta inicialmente por 8 bibliotecários de Unidades da USP, com a atribuição de expandir e atualizar a Lista de Assuntos então existente.
A primeira tarefa da equipe consistiu em planejar e organizar os diversos aspectos do trabalho. Nesse contexto, foi proposta pelo Departamento Técnico do SIBi uma parceria com o Departamento de Biblioteconomia e Documentação da Escola de Comunicações e Artes da USP(CBD/ECA/USP), para a orientação metodológica da estruturação do Vocabulário. A seguir, foi efetuado um primeiro estudo da Lista de Assuntos, com a colaboração de bibliotecários de várias Unidades da USP vinculados às atividades de Processamento Técnico e de Cadastramento de Monografias no Banco DEDALUS.
Com a finalidade de capacitar o grupo para a tarefa, foi realizado, simultaneamente, o curso "Princípios de Compatibilização de Linguagens Documentárias", ministrado no DT/SIBi, pelas Docentes Anna Maria Marques Cintra, Maria de Fátima Gonçalves Moreira Tálamo, Marilda Lopes Ginez de Lara e Nair Yumiko Kobashi, do CBD/ECA/USP, e Mariângela Lopes Fujita, da UNESP, com a participação de cerca de 50 bibliotecários. Estabeleceu-se, com esse curso, um patamar comum de conhecimentos e de procedimentos metodológicos compartilhado pelo grupo. Ao término do referido curso, foi elaborado o "Projeto para Aprimoramento da Lista de Assuntos USP" .
Para o desenvolvimento do referido projeto, houve a participação efetiva de cerca de 40 bibliotecários do Sistema, bem como a valiosa colaboração de docentes das várias Unidades da USP, na estruturação dos sistemas conceituais e adequação terminológica das áreas contempladas pelo Vocabulário. Por sua vez, os docentes integrantes da linha de pesquisa em Análise Documentária e Terminologia do CBD/ECA/USP ofereceram o aporte metodológico ao projeto.
Além do acompanhamento do Departamento Técnico do SIBi/USP, destacam-se a atividade de coordenação técnica, feita por uma bibliotecária do Sistema, e a coordenação metodológica de uma docente do CBD/ECA/USP. Para a organização final dos originais e a criação de base de dados, com o objetivo de tornar disponível o Vocabulário no Banco DEDALUS, houve a participação da equipe de bibliotecários, analistas de sistemas e técnicos do Departamento Técnico do SIBi/USP.
Metodologia
As Bibliotecas da USP caracterizam-se pela descentralização e especialização de seus acervos. O acesso global a esse fundo informacional requer, desse modo, uma linguagem comum de representação temática, que contemple a convivência, em cada acervo, de itens bibliográficos gerais (presentes nas várias bibliotecas do Sistema), voltados para o ensino de graduação, e de itens especializados (igualmente presentes nas várias bibliotecas), que respondem às demandas do ensino de pós-graduação e da produção de conhecimento pelas diferentes linhas de pesquisa.
Para enfrentar esse desafio, optou-se pela criação de um vocabulário unificado, tendo como ponto de partida as linguagens efetivamente utilizadas pelas bibliotecas do sistema. A elaboração de um Vocabulário controlado fundamentou-se no princípio de que um instrumento dinâmico, capaz de ser atualizado de forma criteriosa, requer uma estrutura de relações lógico-semânticas explícitas entre as áreas, subáreas e a terminologia propriamente dita, em seus diferentes níveis e a apresentação de regras de utilização igualmente explícitas e compartilhadas.
Para assegurar a realização do projeto, foram estabelecidas metas claras, procedimentos sistemáticos, controlados e submetidos a ajustes periódicos e, principalmente, contou-se com equipe sintonizada com os objetivos globais do trabalho. Nesse sentido, foram adotados os seguintes procedimentos organizacionais e metodológicos:
- Organização das bibliotecas da USP em nove sub-grupos (Quadro I)
- Elaboração da estrutura temática de cada área e compatibilização das estruturas por sub-grupos
- Inclusão dos blocos de assuntos, gerados em ordem hierárquica, na estrutura temática unificada
- Estabelecimento de relações lógico-semânticas entre os termos
- Definição dos termos ambíguos (em ficha terminológica) e compatibilização das estruturas temáticas dos sub-grupos com as áreas complementares
Organização das bibliotecas da USP em nove sub-grupos (Quadro I)
Ver Quadro I
Elaboração da estrutura temática de cada área e compatibilização das estruturas por sub-grupos
As estruturas temáticas de cada área foram elaboradas a partir dos descritores existentes nos catálogos locais das bibliotecas e da consulta a diversos tipos de fontes de referência: tesauros já existentes, sistemas de classificação, dicionários especializados, coleções básicas de cada área, estruturas curriculares, linhas de pesquisa das Unidades e especialistas da Universidade nas áreas do conhecimento consideradas. A partir da estrutura preparada pelas bibliotecas, procurou-se elaborar em cada sub-grupo uma estrutura unificada. Foram construídas, inicialmente, em torno de 50 estruturas temáticas relacionadas às disciplinas científicas. Dentre elas, a Biblioteca do Instituto de Química elaborou as estruturas temáticas de Química e de Farmácia; a Faculdade de Filosofia elaborou várias estruturas temáticas, referentes à Antropologia, Sociologia, História, Letras, como segue:
Sub-Grupo |
Áreas Temáticas |
Bibliotecas Participantes |
1 |
Filosofia, Ciência Política, Antropologia, Sociologia, História, História do Brasil, Museologia, Geografia, Letras e Lingüística. |
- Fac. Filosofia, Letras e Ciências Humanas
- Instituto de Estudos Brasileiros
- Museu Paulista
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2 |
Economia, Direito, Administração, Contabilidade |
- Faculdade de Direito
- Faculdade de Economia e Administração
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3 |
Educação, Psicologia |
- Faculdade de Educação
- Instituto de Psicologia
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4 |
Artes, Arquitetura e Urbanismo, Comunicações |
- Escola de Comunicações e Artes
- Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
- Museu de Arte Contemporânea
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5 |
Geologia, Química, Bioquímica, Farmácia, Matemática, Estatística, Astronomia, Geofísica e Física |
- Instituto Astronômico e Geofísico
- Instituto de Física
- Instituto de Física de São Carlos
- Instituto de Geociências
- Instituto de Matemática e Estatística
- Instituto de Química e Faculdade de Ciências Farmacêuticas (Conjunto das Químicas)
- Instituto de Química de São Carlos
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6 |
Medicina, Saúde Pública, Nutrição, Enfermagem, Educação Física e Esportes |
- Escola de Educação Fìsica e Esportes
- Escola de Enfermagem
- Faculdade de Medicina
- Faculdade de Saúde Pública
- Unidades do Campus de Ribeirão Preto (Biblioteca Central)
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7 |
Biologia, Botânica, Oceanografia, Zoologia, Medicina Veterinária, Zootecnia e Ciências Agrárias |
- Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz"
- Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
- Instituto de Biociências
- Instituto de Ciências Biomédicas
- Instituto Oceanográfico
- Museu de Zoologia
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8 |
Engenharia |
- Escola de Engenharia de São Carlos
- Escola Politécnica
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9 |
Odontologia |
- Faculdade de Odontologia
- Faculdade de Odontologia de Bauru
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Inclusão dos blocos de assuntos, gerados em ordem hierárquica, na estrutura temática unificada
Foi elaborado pela equipe do DT/SIBi um programa de computador (com o respectivo manual de procedimentos) para o desenvolvimento das atividades de compatibilização. Este programa permitiu registrar a coleta dos assuntos usados em cada biblioteca e sua correspondência com a Lista de Assuntos USP então vigente. Após a compatibilização das estruturas temáticas por sub-grupo, os dados foram integrados à estrutura temática unificada, a fim de serem estabelecidas as relações lógico-semânticas entre os termos.
A partir desse processo de inclusão, foi gerada uma listagem em ordem alfabética com a finalidade de consolidar os termos (descritores) a serem efetivamente utilizados. Cada termo foi identificado por uma sigla indicadora da Unidade USP quanto à sua proveniência.
Estabelecimento de relações lógico-semânticas entre os termos
A lista global de termos obtida foi inicialmente organizada em ordem alfabética e analisada para proceder à eliminação de redundâncias e aos ajustes necessários. Foram determinados, em seguida, os termos preferenciais, sendo os sinônimos ou quase-sinônimos mantidos como remissivas. Para a normalização dos termos (homogeneidade formal e univocidade da relação termo-conceito), introduziram-se qualificadores, notas de escopo, operadores de equivalência (VER), com base nas normas e diretrizes de construção de vocabulários documentários
Definição dos termos ambíguos (em ficha terminológica) e compatibilização das estruturas temáticas dos sub-grupos com as áreas complementares
No processo de construção do Vocabulário USP, verificou-se a necessidade de refinar as relações lógico-semânticas entre os termos e, ao mesmo tempo, acrescentar modificadores para eliminar as ambigüidades.
A definição dos termos conferiu rigor ao processo de compatibilização das estruturas temáticas dos sub-grupos com as áreas complementares. Evitou-se, desse modo, manter redundâncias indesejáveis que comprometessem a economia do sistema.
A lista alfabética obtida foi editorada e encaminhada a cada integrante do grupo para proceder à reestruturação hierárquica da sua área, com o uso dos seus termos específicos.
As listagens hierárquicas foram então analisadas em conjunto pelos coordenadores do trabalho. A seguir, foram submetidas à apreciação das bibliotecas, para que se procedesse à codificação alfa-numérica dos termos, de acordo com a Macroestutura estabelecida para o Vocabulário.
Organização
As hierarquias de termos foram definidas por áreas do conhecimento e agrupadas de acordo com a Macroestrutura (Quadro II).
Grandes Áreas |
Áreas |
CA100 CIÊNCIAS AGRÁRIAS |
- CA110 AGRONOMIA
- CA120 ENGENHARIA DE PESCA
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CB200 BIOCIÊNCIAS |
- CB210 BIOLOGIA
- CB220 BOTÂNICA
- CB230 IMUNOLOGIA
- CB240 MICROBIOLOGIA
- CB250 ZOOLOGIA
|
CB300 CIÊNCIAS DA SAÚDE |
- CB310 EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE
- CB320 ENFERMAGEM
- CB330 MEDICINA
- CB340 NUTRIÇÃO
- CB350 ODONTOLOGIA
- CB360 PSICOLOGIA
- CB370 SAÚDE PÚBLICA
- CB380 FARMÁCIA E COSMETOLOGIA
- CB390 FONOAUDIOLOGIA
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CB400 MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA |
- CB410 MEDICINA VETERINÁRIA
- CB420 ZOOTECNIA
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CE500 CIÊNCIAS EXATAS |
- CE510 ASTRONOMIA
- CE520 FÍSICA
- CE530 GEOCIÊNCIAS
- CE540 GEOFÍSICA
- CE550 MATEMÁTICA
- CE560 QUÍMICA
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CE600 CIÊNCIAS EXATAS APLICADAS |
- CE610 CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO
- CE620 ENGENHARIA
- CE630 ESTATÍSTICA E PROBABILIDADE
- CE640 METEOROLOGIA
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CH700 CIÊNCIAS HUMANAS |
- CH710 ADMINISTRAÇÃO, ECONOMIA, ECONOMIA DOMÉSTICA E CONTABILIDADE
- CH720 ARQUEOLOGIA, MITOLOGIA E PRÉ-HISTÓRIA
- CH730 ARQUITETURA, PLANEJAMENTO TERRITORIAL URBANO E HABITAÇÃO
- CH740 ARTES E COMUNICAÇÕES
- CH750 CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO E MUSEOLOGIA
- CH760 DIREITO, FILOSOFIA, RELIGIÃO, CIÊNCIAS SOCIAIS E CIÊNCIA MILITAR
- CH770 EDUCAÇÃO, LAZER E RECREAÇÃO
- CH780 HISTÓRIA, HISTÓRIA DO BRASIL E GEOGRAFIA
- CH790 LINGUAGEM, LÍNGUAS, LINGUÍSTICA, TEORIA LITERÁRIA E LITERATURA
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